More Than Words

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Encarar

Escolhemos como enfrentar a vida e, ainda assim, não há ninguém que não bata com a cabeça na parede e não fique com a cicatriz. E a cada passo que damos, a cada desilusão que enfrentamos, a cada momento de alegria por que passamos, mudámos um pouco daquilo que somos, mudamos a forma como decidimos enfrentar a vida. A cada dia que passa mudamo-nos e, na maioria das vezes, nem o vemos. Por vezes basta a mais insignificante vivência para repensarmos tudo aquilo que fizemos, tudo aquilo que projectamos para nós, para os que partilham pedaços da sua vida connosco.

Ainda que tenhamos decidido ser cuidadosos, analisar bem todos os pontos antes de nos entregarmos ao que quer que seja, chega sempre o dia em que não somos cuidadosos ou que pensamos que desta única vez não o necessitamos de ser, porque não nos vamos magoar. E estes dias, estes dias em que somos descuidados, são mais frequentes do que aquilo que previamos, são mais frequentes do que o que desejavamos para nós mesmos. Por isso, temos que jogar com a cabeça e o coração. Mas sempre que pomos mais um do que o outro saímos sempre lesados ou alguém sai. Hoje acho que é por isto que nos enganamos tantas vezes, porque não conseguimos equilibrar os dois.

Não vou ter medo, porque um dia não soube equilibrar os dois ou porque alguém não soube. Não vou ter medo de continuar a viver, porque toda a gente erra e normalmente somos afectados pelos que amamos, porque são esses que quando erram nos magoam. Mas deve ser por isto que não devemos continuar, porque mais triste do que ser magoado, é não saber quando devemos perdoar. E na maioria das vezes quem temos que perdoar para seguir em frente somos nós mesmo. Criámos aquela tendência de esperar tanto de nós, que não nos podemos ver a magoar quem amamos e no dia em que o fazemos não nos conseguimos perdoar.

A cada dia que passa crescemos, a cada dia que passa aprendemos que para passar ao próximo vamos ter que nos perdoar, vamos ter que perdoar alguém, vamos ter que nos tornar um bocadinho vulneráveis, vamos ter que lutar um bocadinho mais, porque no próximo dia quando acordamos sabemos que nem sempre vamos acordar com um sorriso na boca, mas com a consciência tranquila vamos.

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